Fotos: Simone Costa
Em 2007, fui ao Seminario de Planejamento Cicloviário em Santos e fiquei bem impressionada com a quantidade de pessoas de manhâ cedo circulando pelas ruas. Era uma "nuvem" de gente! Os técnicos que apresentaram as palestras estavam bem conscientes dos desafios. Como exemplo, citaram o jardim de Burle Marx tombado na orla, a dificuldade de elaboração do projeto e, consequentemente, a aprovação no IPHAN. Também nos mostraram outros exemplos de ciclovias nem tão proximas de critérios de conforto, mas que funcionam devido a sua permeabilidade. Durante todo o dia, era possível ver as pessoas circulando de bicicletas pela cidade em qualquer lugar que se ia. Em relação ao transporte público, na época, mais da metade dos onibus já eram adaptados para cadeirantes e o bonde na área central da cidade estava em funcionamento. Essa foi uma das poucas cidades que visitei no Brasil e me despertou a vontade de morar nela!
Santos vai representar a Baixada Santista no conselho que visa implementar a Política Estadual de Mudanças Climáticas, regulamentada por decreto assinado na quinta-feira (24/06) pelo governador de São Paulo, Alberto Goldman
Santos vai representar a Baixada Santista no conselho que visa implementar a PEMC (Política Estadual de Mudanças Climáticas), regulamentada por decreto assinado na quinta-feira (24/06) pelo governador de São Paulo, Alberto Goldman, em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes. O prefeito de Santos, João Paulo Papa, estará entre os 42 membros do conselho - o primeiro do País voltado para o estudo e definição de ações para diminuir as alterações no clima.A meta é a redução, até 2020, de 20% das emissões (relativas a 2005) dos gases do efeito estufa. Como metade da emissão de CO2 provém do setor energético e metade dos gastos de energia advém do segmento de transportes, ações de transporte sustentável deverão priorizar ferrovias, hidrovias, ciclovias e dutovias em relação à extensa malha rodoviária que domina o Estado e o País. O decreto também institui programas voltados à inovação tecnológica, construção civil, educação ambiental e ações emergenciais. Entre os próximos objetivos, ainda para este ano, estão a criação do mapa de vulnerabilidade, que levantará as áreas do Estado mais suscetíveis às mudanças do clima, e o inventário de emissão de gases poluentes. Para o prefeito Papa, "o conselho será proativo, atuando, inclusive, na conscientização dos cidadãos, que também podem fazer sua parte mudando o comportamento e atitudes nas próprias casas”.
Ações municipais
O programa Santos Novos Tempos, da PMS (Prefeitura Municipal de Santos), alia-se à política estadual. Projetos das intervenções já identificam as áreas com risco geológico e de inundações, que apresentam vulnerabilidade aos efeitos das mudanças climáticas. A maior parte das ações previstas - macrodrenagem, contenção de encostas, recuperação ambiental - ainda contribuirão para a efetividade da PEMC. Outra ação em Santos foi a parceria entre prefeitura, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), que instituiu, no início deste ano, o Programa Conscientizar, para a inspeção dos veículos do transporte coletivo, verificando a fumaça preta dos escapamentos. A frota santista também é constantemente renovada (idade média de 2,5 anos), e funciona com gerenciamento eletrônico, o que propicia melhor queima de combustível e menos emissão de poluentes. A ampliação da rede de ciclovias da cidade, hoje com 20,9 quilômetros, é outra ação com resultados positivos para o ambiente. Mais dois projetos de ciclovias estão em andamento: da Avenida Ana Costa e do Canal 1, totalizando sete quilômetros.
Engajamento Ambiental
Em 2005, a Prefeitura de Santos já participava do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade, que definiu ações ambientais para o Protocolo de Kyoto. No mesmo ano passou a integrar oficialmente o programa Cidade Amiga da Amazônia, no qual assumiu o compromisso de utilizar madeira certificada em obras públicas. O governo municipal também enviou à Câmara projeto de lei condicionando emissão de alvará para obras particulares ao uso de madeiras certificadas. Já em 2008, o governo santista esteve no Congresso Internacional C40 World Ports Climate Conference – Rotterdam, na Holanda, voltado para o combate ao efeito estufa; e, em 2009, firmou convênio de cooperação com a cidade espanhola de Valência, para atuar conjuntamente na redução do aquecimento global. O acordo menciona o uso de energias renováveis e meios de transporte não poluentes, como as ciclovias, ciclofaixas e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
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