domingo, 21 de março de 2010

Rio 2016: IAB defende competições olímpicas indoor no Porto

Todos gostam de citar o exemplo de Barcelona como mudança da identidade da cidade a partir dos Jogos Olimpicos.  Mais vale lembrar, que as instituições de Barcelona tinham diretrizes definidas para o desenvolvimento da cidade e utilizou os investimentos dos Jogos para concretizá-los. 

Infelizmente, o plano olímpico carioca não foi pactuado com a sociedade e se restringiu a intervenções possíveis de serem realizadas para garantir o sucesso dos jogos olímpicos.  E este plano convenceu o COI!  Assim, como o plano do PAN e as suas obras convenceram a autoridade esportiva pan-americana!

Agora, antes tarde do que nunca, as instituições cariocas e suas influentes autoridades (IAB, FIRJAN, Clube de Engenharia, Entidades de Classe, etc.) despertaram... Os bilhões que serão gastos nas intervenções que garantirão a logística dos jogos não amenizarão os problemas da população da cidade e da região metropolitana, da forma como está definido. 

Vamos acompanhar o que será possível modificar do Plano Olímpico para que tambem possa atender a um cliente que tem sido esquecido nos ultimos anos: a população!





O globo, 19/03/2010
Rogério Daflon

RIO - Com a presença do secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, o segundo e último dia do seminário organizado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) sobre "A olimpíada e a cidade - Conexão Rio-Barcelona" teve a participação do arquiteto catalão Jordí Borjas, diretor da Universidade Aberta da Catalunha, como defensor enfático da mudança de equipamentos olímpicos da Barra para a Zona Portuária nos Jogos de 2016. O presidente do IAB, Sérgio Magalhães, que vem sustentando a ideia há algum tempo, afirmou que as modalidades indoor (competições em ambientes fechados) deveriam ser transferidas para os galpões da área do Porto.

- Os esportes indoor são disputados em espaços esportivos que não exigem grandes construções. E os atletas que os praticam são 13% dos que vêm às Olimpíadas. Com isso, a Zona Portuária ficaria mais valorizada. Também seria fundamental mudar a Vila Olímpica dos atletas da Barra para o Porto, como foi feito em Barcelona. Assim, além da Vila de Mídia, que o poder público já se predispôs a colocar na Zona Portuária, essa área central teria os esportes indoor, a Vila de Mídia e a Vila Olímpica - argumentou Magalhães.

Dias disse que o Comitê Olímpico Internacional pode aprovar mudanças, desde que as propostas passem por estudos aprofundados.

- Os esportes indoor foram projetados para ficar no Riocentro. Pode haver uma mudança ou outra, como a modalidade de tênis de mesa na região portuária, mas é algo que tem de ser analisado com muito critério. Os galpões do Porto vão receber muitos turistas que chegarão de navio e temos de estruturá-los também para isso - afirmou o secretário.

O arquiteto catalão Jordí Borjas lembrou que o projeto original de Barcelona para os Jogos de 1982 sofreu 16 alterações.

- Os Jogos trazem uma oportunidade única para o Rio: a de trazer parte das instalações olímpicas para o Centro e melhorar áreas da cidade carentes de melhorias - afirmou o espanhol.

Porto centralizaria instalações dispersas pela cidade



Em novembro, durante audiência pública na Câmara dos Vereadores, a prefeitura apresentou uma nova versão para a proposta do município de transferir para a Zona Portuária parte das instalações olímpicas previstas para a Barra da Tijuca, entre elas o Centro de Mídia. A intenção da prefeitura é centralizar, no Porto, instalações hoje dispersas por outros pontos da cidade. Segundo informou na época o secretário especial das Olimpíadas, Ruy Cézar Miranda Reis, alguns pequenos ajustes no projeto olímpico aprovado pelo COI poderão ser feitos e são viáveis, entre eles o uso de transatlânticos como opções de hospedagem. Ruy Cézar argumentou ainda o Porto poderia abrigar, por exemplo, centros de mídia menores para que a imprensa internacional acompanhe as partidas de futebol e as cerimônias de abertura e encerramento das Olimpíadas no Maracanã.

Dias antes, porém, durante a primeira reunião do COI no Rio para tratar da organização das Olimpíadas, o prefeito Eduardo Paes afirmara que havia proposto ao COI transferir parte do Centro de Mídia da Barra para o Porto. Na ocasião, o diretor para os Jogos Olímpicos do COI, Gilbert Felli, disse que as alterações não seriam permitidas, porque isso significaria uma mudança radical na proposta que garantiu, no dia 2 de outubro de 2009, em Copenhague, a vitória do Rio como sede do evento.

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