Marcando presença
Para começar, nunca havia ido a um evento mundial como esse! Todos os países que mantém relações diplomáticas com a UN-Habitat mandaram representantes. Uma megaestrutura foi organizada nos armazéns da Zona Portuária do Rio de Janeiro.
A primeira atividade foi um evento de treinamento que já havia me inscrito previamente: "PLANNING FOR CITIES IN THE TRANSITION TOWARDS A GREEN ECONOMY". Foi ressaltado que a recente crise definiu novos padrões de crescimento e desenvolvimento já que é multidimendional afentando a energia, produção de alimento, aspectos sociais (crescimento do desemprego) e aspectos ambientais (perda de biodiversidade). No caminho atual que desenvolvemos para a economia mundial, sem modificação, haverá uma demanda de energia 45% maior e um aumento de 6º da temperatura mundial, além de outros impactos. Aumentos do PIB dos paises nos últimos 20 anos, o que era visto como prosperidade economica, se revela como extremamente perigoso para os aspectos sociais e ambientais. "We can not manage what we do not measeure".
As oportunidades para a Economia Verde (Green Economy) se apresentam nas áreas urbanas porque estas é que fazem pressão por recursos naturais, são fomentadoras da economia e onde, principalmente, a maioria da população mundial se concentra. Os principais segmentos de oportunidade são Energia (fontes limpas, emprego, saude), Construção (empregos e edifícios energeticamente eficientes), Transporte (consumo de energia, redução de congestionamentos, aumento da acessibilidade e da segurança viária), Planejamento Urbano (uso do solo mais eficientes, adequada infra-estruturura, proteção dos ecossistemas naturais, inovação em tecnologia). A integração desses varios setores proporionam Cidades Compactas, Gestão Eficiente dos Serviços Urbanos, Respeito a Dimensões e Preferencias Culturais, Participação Pública e Sentimento de Pertenciamento dos Cidadãos em relação a Cidade.
A mesa que participei foi sobre o tema de Transportes e foi canduzida por Sara Candiracci do Un-Habitat. O interessante que eram 10 pessoas, sendo somente 3 brasileiros. Isso tornou mais rico o debate! Por exemplo: A representante da Nigeria ressaltou que seu país é produtor de oil&gas, porém o combustível é caríssimo no país e não há investimento em transporte público. A representante da Venezuela, também produtor de oil&gas, informou que as politicas populistas mantém o combustivel a preços baratíssimos e por isso não ha interesse em investimento em transporte público.
Adiante, assisti a palestra CITY INDICATORS AND COMPARATIVE MEASUREMENT presidida pela Professora Patricia McCarney da Universidade de Toronto. Esta relatou a experiencia de universidades de diversos paises de desenvolver indicadores para cidades para que estas possas analisar como andam os seus indicadores de qualidade de vida e serviços urbanos em relação a cidades de caracteristicas semelhantes. O interessante e desapontador foi saber que somente as cidades brasileiras São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre já participam dessa iniciativa. Representantes das cidades São Paulo, Belo Horizonte, Clarington (Canada), Toronto (Canada) e Seatle (USA) apresentaram os beneficios de integrar essa rede. O site dessa iniciativa é http://www.cityindicators.org/
Parti para a Mesa Redonda dos Pesquisadores: BRINGING THE URBAN TRANSPORT DIVIDE. De tudo o que foi falado que deve ser incentivado e que não é surpresa para nenhum interessado em transporte (obstaculo cultural a modos não motorizados, politicas que não focam os menos favorecidos mesmo do sistema, a produtividade do transporte publico deve ser aumentada, que o foco deve ser o CIDADÃO ao invés do CARRO, etc.) o que me chamou a atenção foi o comentário de uma urbanista paulista que estimula a discussão ressaltando a necessidade de ação política para concretizar o que a teoria explica a mais de 30 anos!
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