segunda-feira, 29 de março de 2010

World Urban Forum 5 - Quinta-feira 25/03/2010

No dia seguinte, quinta-feira, partei do treinamento HOW TO PLAN FOR COLLABORATIVE GOVERNANCE da University of British Columbia.  Tambem mais uma boa escolha para treinamento! Os professores mostraram 2 casos bem interessantes do que chamamos no Brasil de consórcios urbanos. 

O caso brasileiro era sobre a união de municípios da Grande Belo Horizonte (Belo Horizonte, Sabará, Betim e Contagem) no tratamento de violência contra a mulher e o caso canadense foi consorcio de 22 muncipios para tratamento de problemas regionais de serviços urbanos como agua, esgoto e lixo. Antes dessas experiências, eu só sabia do Consórcio da Região Metropolitana do Recife para tratar de transporte urbano.  Em cada caso apresentado, tem as suas peculiaridades e formatos de acordo com o arranjo institucional de cada pais. Por exemplo, o caso brasileiro trata é mais descentralizado e com mais colaboração entre as partes.  O caso canadense e centralizado e institucionalizado com direção de um presidente de consórcio. Estes exemplos foram interessantes para entender que não existem formulas mágicas e que o consenso e interesse dos atores são os elementos que garantem o sucesso e a continuidade dessas iniciativas. Mas detalhes em: http://www.chs.ubc.ca/consortia/index.html

A seguir fui para a palestra COMMUNITY ACTION PLANNING (CAP) - COMMUNIT PARTICIPATION FOR A SUSTAINABLE URBAN DEVELOPMENT.  Posso dizer que foi bastante interessante observar a experiências de participação comunitária das cidades da Indonesia e da China. As primeiras a participação são apoiada por ONG locais com particpação de organizações internacionais para transferência de conhecimento e tratam de cidades vitimas de catastrofes naturais como terremotos e tsunamis.  Já na China, é tudo estimulado e organizado pelo Estado com responsabilidade para cada ator:
Governo com estrutura administrativa, legal e financeira; Cidadãos: com avaliação das opções de planos e projetos; e Técnicos: definição de alternativas de projeto, facilitadores e mediadores. No caso chines, não ocorreu nenhuma iniciativa de parceria público-privada.

Segue mais algumas fotos para voces sentirem o clima do evento que foi um sucesso!
Sala dos Debates Abertos



                                          Vista do Acesso as Salas                        


A única crítica que posso fazer foi da ausência da participação da Prefeitura do Cidade do Rio de Janeiro. Será que não existe nenhuma experiência interessante de planejamento e gestão urbana que a Cidade do Rio não poderia ter divulgado no forum? Ou será que os atores da cidade estão tão pouco articulados com as redes de discussão urbana mundial que não foram convidados? Ou ambos?

domingo, 28 de março de 2010

World Urban Forum 5 - Quarta-feira 24/03/2010

Marcando presença

Para começar, nunca havia ido a um evento mundial como esse!  Todos os países que mantém relações diplomáticas com a UN-Habitat mandaram representantes. Uma megaestrutura foi organizada nos armazéns da Zona Portuária do Rio de Janeiro.

A primeira atividade foi um evento de treinamento que já havia me inscrito previamente: "PLANNING FOR CITIES IN THE TRANSITION TOWARDS A GREEN ECONOMY".  Foi ressaltado que a recente crise definiu novos padrões de crescimento e desenvolvimento já que é multidimendional afentando a energia, produção de alimento, aspectos sociais (crescimento do desemprego) e aspectos ambientais (perda de biodiversidade). No caminho atual que desenvolvemos para a economia mundial, sem modificação, haverá uma demanda de energia 45% maior e um aumento de 6º da temperatura mundial, além de outros impactos.  Aumentos do PIB dos paises nos últimos 20 anos, o que era visto como prosperidade economica, se revela como extremamente perigoso para os aspectos sociais e ambientais. "We can not manage what we do not measeure".

As oportunidades para a Economia Verde (Green Economy) se apresentam nas áreas urbanas porque estas é que fazem pressão por recursos naturais, são fomentadoras da economia e onde, principalmente, a maioria da população mundial se concentra. Os principais segmentos de oportunidade são Energia (fontes limpas, emprego, saude), Construção (empregos e edifícios energeticamente eficientes), Transporte (consumo de energia, redução de congestionamentos, aumento da acessibilidade e da segurança viária), Planejamento Urbano (uso do solo mais eficientes, adequada infra-estruturura, proteção dos ecossistemas naturais, inovação em tecnologia).  A integração desses varios setores proporionam Cidades Compactas, Gestão Eficiente dos Serviços Urbanos, Respeito a Dimensões e Preferencias Culturais, Participação Pública e Sentimento de Pertenciamento dos Cidadãos em relação a Cidade.

A mesa que participei foi sobre o tema de Transportes e foi canduzida por Sara Candiracci do Un-Habitat.  O interessante que eram 10 pessoas, sendo somente 3 brasileiros. Isso tornou mais rico o debate!  Por exemplo: A representante da Nigeria ressaltou que seu país é produtor de oil&gas, porém o combustível é caríssimo no país e não há investimento em transporte público.  A representante da Venezuela, também produtor de oil&gas, informou que as politicas populistas mantém o combustivel a preços baratíssimos e por isso não ha interesse em investimento em transporte público.

 Adiante, assisti a palestra CITY INDICATORS AND COMPARATIVE MEASUREMENT presidida pela Professora Patricia McCarney da Universidade de Toronto.  Esta relatou a experiencia de universidades de diversos paises de desenvolver indicadores para cidades para que estas possas analisar como andam os seus indicadores de qualidade de vida e serviços urbanos em relação a cidades de caracteristicas semelhantes.  O interessante e desapontador foi saber que somente as cidades brasileiras São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre já participam dessa iniciativa. Representantes das cidades São Paulo, Belo Horizonte, Clarington (Canada), Toronto (Canada) e Seatle (USA) apresentaram os beneficios de integrar essa rede. O site dessa iniciativa é http://www.cityindicators.org/

Parti para a Mesa Redonda dos Pesquisadores: BRINGING THE URBAN TRANSPORT DIVIDE. De tudo o que foi falado que deve ser incentivado e que não é surpresa para nenhum interessado em transporte (obstaculo cultural a modos não motorizados, politicas que não focam os menos favorecidos mesmo do sistema, a produtividade do transporte publico deve ser aumentada, que o foco deve ser o CIDADÃO ao invés do CARRO, etc.) o que me chamou a atenção foi o comentário de uma urbanista paulista que estimula a discussão ressaltando a necessidade de ação política para concretizar o que a teoria explica a mais de 30 anos!

domingo, 21 de março de 2010

Rio 2016: IAB defende competições olímpicas indoor no Porto

Todos gostam de citar o exemplo de Barcelona como mudança da identidade da cidade a partir dos Jogos Olimpicos.  Mais vale lembrar, que as instituições de Barcelona tinham diretrizes definidas para o desenvolvimento da cidade e utilizou os investimentos dos Jogos para concretizá-los. 

Infelizmente, o plano olímpico carioca não foi pactuado com a sociedade e se restringiu a intervenções possíveis de serem realizadas para garantir o sucesso dos jogos olímpicos.  E este plano convenceu o COI!  Assim, como o plano do PAN e as suas obras convenceram a autoridade esportiva pan-americana!

Agora, antes tarde do que nunca, as instituições cariocas e suas influentes autoridades (IAB, FIRJAN, Clube de Engenharia, Entidades de Classe, etc.) despertaram... Os bilhões que serão gastos nas intervenções que garantirão a logística dos jogos não amenizarão os problemas da população da cidade e da região metropolitana, da forma como está definido. 

Vamos acompanhar o que será possível modificar do Plano Olímpico para que tambem possa atender a um cliente que tem sido esquecido nos ultimos anos: a população!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Especialistas dão sua opinião sobre impacto urbanístico de obras para desafogar o trânsito nas grandes metrópoles

Essa discussão é bem interessante!! Apesar de ser quase uma unanimidade que serão mais vias para ficarem congestionadas na Marginal Tietê... a obra continua firme e forte!! Especialistas e diversas entidades se promunicaram contra, mas não foram suficientes. Os argumentos a favor da maior "fluidez" dos veículos estão entranhados nos administratores públicos da maior cidade do Brasil, São Paulo. 

O que me preocupa é que as iniciativas tomadas em São Paulo repercutem em todo o país.  A conscientização dos técnicos e planejadores urbanos em direção ao transporte sustentável está se consolidando nas grandes cidades, mas não são suficientes ainda para influenciar a agenda política.

Será que teremos um retrocesso antes mesmo de produzirmos avanços mais significativos em direção a gestão da mobilidade urbana nas grandes metrópoles brasileiras?

terça-feira, 16 de março de 2010

Convite Seminário Internacional: "Pesquisando a inclusão da bicicleta no contexto urbano"


Sexta-feira, 26/03/2010 - Evento Paralelo ao WUF

Foi otimo assistir as palestras e o esforço que o CAN tem desenvolvido em financiar projetos de pesquisa que coloquem a bicicleta com sua devida importância no Planejamento de Transporte Urbanos. 

A abertura contou com a participação de Edson H.Watanabe (UFRJ), Giselle Xavier (BPP), Martin van Maarseveen (CAN), Julio Lopes (Secretario de Estado de Transportes), Romulo Orrico (SubSecretario Municipal de Transportes e Professor COPPE), Milena Bodmer (Professora COPPE).

Houveram palestras do seguintes pesquisadores: 
Flavia de Souza: Integration of Bicycle and Public Transport: Research Updates and Preliminary Results;
Eddie Beukes: The Development of a Context Sensitive Modal Prioritization Method for Multimodal Road Planning: case study Cape Town, South Africa;
Alphonse Nkurunziza: Market  Segmentation for Measuring Cycling Demand Potential Using  the Transanctional  Model of  Behavioural Change: case study Dar es Salaam, Tanzania;
Deepthi Durgi: Remote Sensing based Indicators of the Urban Built Environment for studying Neighbourhood Travel Bicycle Behaviour: case study Pune, India;
Mark, Mark and Martin: Spatial Modelling of Cycling Integration University of Twente, the Netherlands;
Roel Massink: Estimating the Climate Value of Cycling using a Shadow Pricing Methodology;
Himani Jain: Development and Implementation of a Land Use Sensititive Bicycle Demand Estimation Model: case study Pune, India;
Janice Kirner: Bicycle level of sercice on urban roads of Brazilian medium-sized cities.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Os trunfos das cidades na luta contra a poluição

Mais um artigo que trata do potencial das cidades na redução da emissão de poluentes.  Trata com relevância as altas densidade, uso do solo misto, transporte público e outras diretrizes do novo urbanismo.  Também destaca o ponto de vista dos chineses que concentram as industrias que produzem o que vair ser consumido principalmente na Europa e EUA trazendo à tona a responsabilidade do consumo excessivo.  Para quem deve ficar a conta das emissões? Quem produz muito ou quem consome demais?

Vale ressaltar que tambem concordo com as principais instituições mundiais citadas ao enfatizarem que a redução dos gases se dará nas cidades e por isso a importância das autoridades locais nessa discussão! 

quinta-feira, 11 de março de 2010

Gestão da Mobilidade em Centros Históricos Brasileiros

Eis aqui estratégias para redução de veiculos e caminhões em áreas sensíveis, Pelourinho e Ouro Preto.  Além de ajudar a não danificar mais o patrimônio histórico existente por causa de poluição, trepidação, atritos físicos constantes, são interessantes para estimular a maior circulação de visitantes a pé! Infelizmente, ainda não visitei essas áreas depois da adoção dessas medidas, seria bom sabermos se ainda vigoram!

terça-feira, 9 de março de 2010

Urbanismo sustentável em bairro da grande Florianópolis

Esse condomínio em Florianópolis apresenta diversas caracteristicas de desenho urbano e arquitetura sustentáveis.  Parece bem interessante, uma vez dentro do condomínio! Porém, não fica claro como se dá a integração condomínio-cidade existente, como parece ser o caso de Vauban (05/03/2010).  E acredito que esse seja o maior desafio para nós, urbanistas brasileiros! Será que estamos diante de uma oportunidade no Brasil ou de uma nova forma de não-cidade?

segunda-feira, 8 de março de 2010

Os “rurbanos” contra a natureza

Esse artigo trata de um fenômeno mundial que assume diversas nomenclaturas.  Este caso nomeia-se  "rurubanização" , no entanto, já li como "metrópoles difusas". Elas tratam da expansão urbana de forma extensiva ou pouco compacta, caracterizado por baixas densidades, extensão até os limites metropolitanos/municipais, localização dispersa, segregação em uso do solo mono-funcional, ascensão de um tipo de estilo de vida, maior proximidade com a natureza, necessidade de mais espaço para unidades residenciais e altamente dependente do carro.  

Não precisa nem enfatizar que o planeta não tem recursos para proporcionar essas condições de moradia e deslocamento para todos os seus habitantes... 

sexta-feira, 5 de março de 2010

Subúrbio alemão vive sem carros

Essa experiência de VAUBAN (http://www.vauban.de/info/abstract.html), Alemanha foi premiada na categoria inovação ambiental pela Revista Time em 2009. É um ótimo estratégia de desenvolvimento dos subúrbios sem a dependência do uso do automóvel. O interessante é que a Alemanha tem uma altíssima taxa de motorização da população e nem por isso, negligencia suas diretrizes de desenvolvimento urbano amigáveis a transporte publico, pedestre e ciclovias.

Essa noticia serve de recado para nós, Brasileiros, porque a Alemanha mantém diretrizes urbanisticas claras, mesmo sendo o 4º maior mercado do consumo de automóveis. Enquanto no Brasil, se já enfrentamos sérios problemas de deslocamento nas maiores cidades com a 5º colocação o que irá acontecer com a expansão do mercado de automóveis e aumento de motorização da população?

quinta-feira, 4 de março de 2010

Turistas demais pode ser algo ruim? Na Toscana, talvez

Essa noticia é antiga (23/12/2007) porém o projeto do aeroporto ainda não foi abortado e continua provocando diversos protestos (vide o abaixo- assinado em http://www.facebook.com/group.php?gid=8334668106). Esse tambem é um caso clássico de impactos que uma infra-estrutura de transporte, no caso o aeroporto, pode provocar em áreas sensíveis como Siena. Será que esse patrimônio histórico irá suportar quantidades de visitantes maiores com essa facilidade de acesso?

quarta-feira, 3 de março de 2010

No Rio, área de vila olímpica pode virar "formigueiro"

Problemas se aproximam. A ordem é invertida. Primeiro adensa-se, aumenta-se o potencial construtivo e depois chega a infra-estrutura em local ambientalmente sensível. A pergunta permanece: como essas pessas vão se deslocar nas Vargens? Ao que tudo indica haverá um congestionamento de canoas durante o verão...